Giordano Bruno

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Giordano Bruno (1548-1600)

DADOS INICIAIS

Giordano Bruno. (1548 – 17 de fevereiro de 1600), filósofo Italiano, astrônomo, matemático e ocultista executado por heresia, tido como mártir da causa da liberdade de pensamento em razão das suas idéias irem contra a doutrina da Igreja Católica.

Nome. Seu nome de batismo era Filippo Bruno. Também conhecido por Nolano ou Bruno de Nola, uma cidade fundada no oitavo século antes da era convencional situada a aproximadamente 30 quilômetros de Nápoles.

Ressoma. A data de sua ressoma é imprecisa, o que se sabe é que durante o seu julgamento pela Inquisição ele disse: 'Nasci no ano de 1.548, assim meu povo me disse'.

GRUPOCARMA

Escassez. As informações sobre o grupo familiar dos Bruno são escassas. Muito do que se sabe hoje foi declarado por Giordano no tribunal da Inquisição.

Pobreza. Mesmo os Bruno sendo um braço da família nobre dos Asti, família muito prestigiada na época, sua condição financeira não era boa.

Pais. Seu pai era Juano Bruno, também proveniente de Nola. Ele era um 'homem de armas' a serviço dos espanhóis em Nápoles, sua mulher se chamava Fraulissa Savolino.

FORMAÇÃO ACADÊMICA

Infância. Em sua infância Bruno não freqüentou escola regular como temos hoje, possivelmente sua alfabetização tenha sido feita por Luigi Tarsillo, um poeta de Nola, achado como personagem em obras posteriores do nosso pesquisado.

Nápoles. Segundo o depoimento de Bruno, aos 11 anos ele foi enviado a Nápoles para receber instrução sobre o humanismo, a lógica e a dialética. Recebeu a educação regular junto aos outros garotos e aulas particulares com o respeitável professor Teófilo de Vairano, monge agostiniano de Nápoles.

Hipótese. Pode-se elaborar, com base em fatos, a hipótese de que o estudo 'não-convencional' de Bruno tenha se iniciado com Teófilo, estudioso que lecionou metafísica em Roma. Pois em algumas obras posteriores de Bruno, principalmente em seu período de trabalhos na Inglaterra e em Paris, ele assinou diversos livros com o nome Philotheo. Nome que por coincidência ou não é o nome Teófilo ao contrário: Theo-philo, Philo-theo.

ATIVIDADES PROFISSIONAIS

Padre. Depois de seu período infantil, Bruno ingrassou para a Igreja, onde ficou até os seus 28 anos. Nesse período sua atividade profissional era o sacerdócio católico.

Andarilho. A partir de seu rompimento com o catolicismo ele passou a ter uma vida errante. Vagueava de cidade em cidade, procurando pessoas que compartilhassem de suas idéias. Nessas cidades, suas principais formas de sustento eram:

  1. Professor. Em algumas cidades era convidado a dar aula em universidades, em outras, trabalhava como professor particular. Suas aulas geralmente eram de filosofia ou astronomia e nelas ele sempre achava uma forma de contestar Aristóteles e a Igreja.
  2. Livros. Suas publicações lhe rendiam algum dinheiro, não o suficiente para viver com conforto, mas o bastante para a sobrevivência. Seu dinheiro ele sempre investia em suas próximas publicações.
  3. Patrocínio. Era usual na época, entre os intelectuais, oferecer suas obras a nobres ou burgueses abastados. Essa homenagem era retribuída com proteção e patrocínio financeiro.

GESTAÇÕES CONSCIENCIAIS

Especialidades. Ao chegar ao cárcere em Roma, Bruno foi apresentado ao Papa Clemente VIII como um intelectual estudioso da Astronomia, Ciência natural, Filosofia, Magia, Medicina, Mnemônica e Teologia.

Publicações. Durante sua existencias, Giordano Bruno teve uma grande produtividade intelectual, publicou ao todo 32 obras. A maioria em inglês e italiano.

Temas. Seus temas de estudo variaram bastante, tendo entre os 10 principais:

  1. Aristotelismo. Doutrina de Aristóteles. Base do conhecimento medieval;
  2. Comédia. Peças escritas sempre com fundo ideológico, filosófico;
  3. Cosmologia. Estudo do cosmos. Pelo qual sua obra se imortalizou;
  4. Filosofia Moral. Sua ética: pregava o pacifismo, fim das guerras e seitas;
  5. Lógica. O início de seu estudo, a base de seu raciocínio;
  6. Magia. A magia recebeu obras completas, mas permeia todo o seu trabalho.
  7. Matemática. Usada não para justificar seus pontos de vista, devido o baixo nível de cientificidade de sua obra. Esteve relacionada com a numerologia e o misticismo.
  8. Medicina. Na época, doenças eram tratadas com poções e rituais;
  9. Mnemônica. Conjunto de técnicas apresentadas para decorar fatos facilmente.
  10. Poesia. Textos filosóficos com linguagem poética.

Influências. Bruno, em seu conjunto de obras, teve influencia de diversos outros escritores, em sua maioria magos e alquimistas medievais. A lista abaixo não é completa, ela é apenas para dar uma idéia das fontes básicas de seu trabalho:

A) Cosmologia. Nicolaus de Cusa. Filósofo que viveu no início do século XV e estudou Lucretius em sua juventude, sendo partidário da pluralidade de mundos habitados e da infinidade do Espaço-tempo. Em sua juventude foi grande propagador das idéias reformistas relacionadas ao catolicismo, porém, foi calado pela Igreja com um ultimato.

B) Magia. Hermes Trimegisto. Personalidade hipotética que, segundo a tradição hermética medieval, viveu duas gerações depois de Moisés, o que nos leva aproximadamente ao século XV a.c. Existiram 42 livros atribuídos a esta suposto sacerdote egípcio, 6 sobre medicina e as restantes falando sobre magia. O hermetismo, a magia, foram a diretriz principal da obra de Bruno; permeiam todos os seus estudos.

C) Mnemônica. Raymond Lully. Filósofo espanhol que viveu no século XIII e fundou o Lulismo: movimento ligado a Alquimia. Teve influência islâmica e sua ascensão sobre Bruno foi nas áreas da medicina e da mnemônica, “arte da memória”.

D) Panteísmo. Monismo. Platão. Filósofo grego, discípulo de Sócrates. Sua influência direta sobre Bruno está relacionada ao monismo: conceito que procura reunir todos os seres vivos e o próprio Universo numa única substância, da qual todos derivam; e ao panteísmo: conceito do todo como um grande mecanismo vivo. Deus e o mundo são um.

E) Vida extraterrestre. Lucretius. Filósofo romano que viveu no século I a.c. Era partidário do atomismo de Demócrito: teoria da existência dos átomos. Era completamente antagônico ao processo religioso e favorável a idéia da existência de outros planetas habitados com outras formas de vida diferente da terrestre.

Originalidade. Podemos ver pelos levantamento acima que a doutrina filosófica bruniana não foi tão original quanto muitos pensam.

Origem. Outro aspecto interessante a ser analisado é o fato de todos os autores citados acima terem ligação entre eles. Existe inclusive a possibilidade de todo o conhecimento citado ter uma mesma origem.

Hipótese 1. Nicolaus de Cusa estudou Lucretius, Lucretius e Lully estudaram Platão. Platão, segundo a tradição do hermetismo, estudou Hermes. Com essa hipótese todo esse conhecimento teria origem egípcia, com o sacerdote Hermes Trimegisto.

Hipótese 2. Nicolaus de Cusa estudou Lucretius, Lucretius e Lully estudaram Platão. Hermes Trimegisto, segundo a hipótese de Frances Yates, professora de história da renascença da Universidade de Londres, seria uma figura folclórica criada entre os séculos I e III por gregos que utilizaram conhecimento egípcio e o platonismo para expor sua forma de ver o mundo. Dessa forma, esse conhecimento seria uma mescla egípcio-platônica.

FATOS MAIS MARCANTES EM SUA EXISTÊNCIA: BREVE CRONOLOGIA

Nápoles. Aos 11, Bruno foi enviado a cidade de Nápoles para iniciar seu Estudium Generale, o ensino regular da época. Recebeu aulas regulares de Vicenze Colle de Sarno e aulas particulares de Teófilo de Vairano.

Memória. No mosteiro ele despontou entre os alunos. Suas habilidades mnemônicas chamavam tanta atenção que ele foi levado a Roma para ser apresentado ao Papa Pio V.

Padre. No ano de 1.572, aos 24 anos, foi nomeado padre pelos dominicanos.

Fuga. Devido a sua tempestuosidade, ele não pode resistir muito tempo dentro do monastério. Teve em sua vida monástica 3 incidentes devido a suas posturas heterodoxas:

1º. Imagens. Durante sua primeira missa como padre, antes de iniciar seu sermão, ele retirou de dentro da igreja todas as imagens de santos que a ornavam.

2º. Leitura. Um dia, ao ver um noviço do mosteiro lendo o livro “As 7 alegrias da virgem”, disse para que ele jogasse o livro fora e lesse algo como “A vida dos santos padres”. Isso foi considerado ofensivo pelos seus superiores, aos quais ele respondeu repudiando o sistema católico de contenção intelectual.

3º. Arianismo. O seu último incidente foi o que precipitou sua saída do mosteiro. Giordano foi acusado de defender a Heresia Ariana, idéia que afirmava Jesus Cristo não ter origem divina.

Andarilho. Sem outra saída possível, ele decidiu fugir e largar a Igreja. Depois de onze anos na Igreja, Giordano Bruno, agora com 28 anos abandonou a vida religiosa. A partir daí ele viajou sem rumo determinado por toda a Europa e nos dezesseis anos seguintes ele publicou todas as obras de sua existência.

Itália. De 1.576 a 1.579 Bruno vagueou pela Itália. Em sua fuga de Roma ele foi para Noli, onde ficou por 4 ou 5 meses, dando aula sobre as Esferas de Aristóteles e ensinando gramática. De lá passou a Savona, Turim, Veneza, Pádua e Genova.

Incidente. Em Genova ele foi acolhido pelo Marquês de Vico, um nobre genovês acostumado a proteger os calvinistas. Em maio de 1.579 ele entrou para o corpo docente da Universidade de Genebra, porém, no mês de agosto ele publicou um violento ataque ao professor Antoine de la Faye, ilustre professor de filosofia da Universidade e amigo pessoal do reitor.

Crítica. Bruno assistiu uma aula de la Faye e constatou em sua explanação 20 erros. Ele se sentiu na incumbência de expor a sua interpretação o quanto antes.

Excomunhão. Com essa atitude ele foi preso pela primeira vez, e interrogado pela igreja de Genebra, calvinista. Ele retrucou as acusações dizendo que não devia explicações, pois os ministros que o julgavam eram pedagogos e não filósofos. Ele foi excomungando pelo calvinismo e solto pouco tempo depois. Genebra não era mais lugar para ela também. Abandonou a Suíça em direção a França.

Toulouse. Primeiramente ele tentou Lyon, mas por não ter encontrado ocupação lá, vagueou até chegar em Toulouse. Nessa cidade ele ficou dois anos e voltou a lecionar sobre as Esferas e dar várias palestras. Devido as suas atividades em Toulouse, pela primeira vez seu nome chegou ao conhecimento do rei Henrique III da França.

Prestígio. Na Universidade de Toulouse os professores eram selecionados pelos alunos. Pelo número de aulas que Bruno deu lá, ele deve ter adquirido prestígio entre os alunos rapidamente, chegando inclusive a obter o doutorado em teologia.

Saída. Sua saída de Toulouse é confusa. No Tribunal da Inquisição foi levantado pelos investigadores que ele teve que fugir da cidade porque seu romance com a mulher do reitor havia sido descoberto.

Autonomia. Foi para Paris onde publicou dois livros sobre a arte da memória, o que revelou publicamente a sua condição de mago. Mesmo assim, seus métodos agradaram o rei. O que lhe foi muito vantajoso, pois o patrocínio real lhe possibilitava autonomia no reino. Além disso, durante sua estada, recebeu um excelente cargo de professor, muito bem remunerado.

Inglaterra. Mas, como em todos os lugares que passou, sua estada começou a gerar desconforto em diversas pessoas. Isso fez com que o rei propusesse a Bruno que passasse uma temporada em solo inglês, ainda sob proteção francesa.

Recomendação. Bruno foi então para a Inglaterra levando uma carta real de recomendação dizendo: “Dr. Giordano Bruno Nolano, de quem a religião eu não posso comentar, é um professor de filosofia, pretende passar um tempo na Inglaterra”.

Embaixador. Bruno aceitou o convite e entre 1.583 e 1.585 ele viveu em solo inglês como um cavalheiro vinculado à embaixada francesa, na casa do embaixador francês em Londres, Marques de Mauvissière.

Oxford. Em Londres Giordano fez amizade com John Florio, homem que o introduziu a mais conservadora universidade inglesa, Oxford. Ele foi apresentado aos estudiosos ingleses como “o Nolano”.

Debate. O Nolano foi convidado para um debate político-filosófico com os maiores teólogos ingleses, na presença do príncipe polonês Alasco e outros nobres ingleses em Oxford

Ofensa. Segundo Bruno, os teólogos foram extremamente arrogantes, falavam com conhecimentos que não possuíam e faziam pausas perante todos os silogismos que não conseguiam responder (ele chegou a contar 15 pausas). Isso o irritou muito e ele abandonou a discussão pela metade. Oxford não era seu lugar, Bruno voltou a Londres.

Ápice. Em Londres, Bruno chegou ao seu ápice intelectual. Em 1.584 ele publicou suas duas mais importantes obras: Cena de le Ceneri ("O Jantar da Quarta-feira de Cinzas") e De l'Infinito, Universo e Mondi ("O Universo Infinito e os Mundos”). Entre 1.584 e 1.585 ele escreveu 6 obras sobre filosofia, cosmologia e ética.

Elizabeth. Outro fato relevante de sua estadia em Londres foi seu contato com a rainha Elizabeth da Inglaterra. Pela primeira vez perante um chefe de estado ele falou abertamente de suas intenções de reforma religiosa. Ela era a governante terrena da qual ele intencionava receber as maiores concessões.

Reforma. A intenção de Bruno era promover uma reforma onde pudesse reviver os antigos princípios religiosos egípcios e, novamente, o ensinamento fosse passado pelo exemplo e não mais pelo temos e pela violência, como faziam os sacerdotes católicos.

Paris. Bruno retornou à França. O que de mais importante ocorreu nessa sua estada foi um debate promovido no Colégio de Cambrai, para o qual Bruno convocou os doutores de Paris, para apresentar seus 120 artigos contra os aristotélicos.

Réplica. Após a abertura, Bruno pronunciou um discurso apresentando seus pontos de vista e, ao terminar, desafiou alguém a defender Aristóteles. Um jovem advogado chamado Rodolfo Calério levantou-se e pronunciou um longo discurso defendendo Aristóteles e sua doutrina. Ao encerrar seu discurso, desafiou Bruno a replicá-lo.

Fuga. Bruno não proferiu nenhuma palavra e deixou a sala. Os alunos saíram atrás dele e exigiram que ele retirasse as ofensas a Aristóteles. Ele conseguiu ir embora com a condição de que no dia seguinte voltaria para retirar suas acusações. Bruno não apareceu e, desde então, nunca mais foi visto em Paris.

Alemanha. Foi em seguida para a Alemanha, onde passou por Mainz e Wiesbaden. De 1.586 a 1.588 ele foi acolhido em Wittenberg como professor.

Praga. Após Wittenberg, Bruno foi para Praga, aonde permaneceu seis meses. Lá, o imperador Rodolfo II e sua corte mantinham sob sua proteção astrólogos e alquimistas de toda a Europa.

Helmstedt. Após Praga ele foi à Helmstedt e matriculou-se na Universidade de Brunswick em 13 de janeiro de 1.589. Até a morte do duque de Brunswick, Helmstedt era um lugar liberal, baseado em princípios protestantes. Após a morte do duque seu filho Henrique Julio, nominalmente católico, assumiu o ducado, mudando a condição do Nolano.

2ª Excomunhão. A situação de Bruno se complicou na cidade após uma discussão que ele teve com um pastor protestante que o excomungou, agora do protestantismo.

Frankfurt. Em seguida Bruno viajou para Frankfurt planejando publicar dois novos livros. Durante seu período lá, Bruno recebeu duas cartas de um certo nobre veneziano chamado Zuane Mocenigo que o convidou para ir à Veneza ensinar-lhe a arte da memória. Ele retornou à Itália em agosto de 1.591.

Veneza. Em março de 1.592 ele se instalou definitivamente em Veneza.

Intencionalidade. Em caráter oficial, Mocenigo contratou Bruno para ensina-lo sua arte da memória, porém, é bem provável que o real interesse do nobre veneziano fosse em seus conhecimentos mágicos. O interesse que a sociedade européia tinha pela magia era como meio de manipulação para obter poder e riqueza.

Discussão. Bruno nunca economizou nas palavras em suas aulas e em pouco tempo Mocenigo já estava a par de seus complexos pontos de vista. Porém, ao perceber o real interesse de seu contratante, Bruno passou a sonegar-lhe informações. Tiveram uma grave discussão e Bruno disse que iria embora, porque não o ensinaria nada mais.

Prisão. Mocenigo se enfureceu, trancou Bruno no quarto e o denunciou a Inquisição. No dia 26 de maio de 1.592, Giordano Bruno foi encarcerado em Veneza.

Extradição. Seu julgamento teve início em Veneza. A cidade era liberal e lá a Igreja não tinha tanta influência. Como a cúpula católica queria ver Bruno na fogueira, começaram a trabalhar para levar Bruno para ser julgado em Roma.

Denúncias. Seu período em Veneza ficou encarcerado com outros presos que quando chamados para falar sobre Bruno disseram que ele fazia desenhos mágicos no ar, que caía em delírio e às vezes chegava a 'sair de si mesmo'.

Roma. Em Roma Bruno teve seu julgamento propriamente dito. Recebeu baterias intensas de interrogatórios, torturas e períodos isolado no cárcere. Desde os primeiros interrogatórios negou todas as acusações e disse que só falaria diante do papa.

Torturas. Segundo os relatórios inquisitórios, nos períodos de tortura fechava-se intensamente, como se não se tocasse do que faziam ao seu corpo. Parecia afastar-se do ambiente, dos juízes e da dor.

Acusação. Depois dos oito anos de julgamento, foram levantadas baseadas em seus livros as 8 principais acusações contra ele:

1. Evolução. Afirmou que todos progrediam e no final, até os demônios seriam salvos.

2. Heliocentrismo. Confirmou a hipótese heliocêntrica de Copérnico.

3. Igreja. Escreveu contra o papa e a Igreja.

Materpensene eclesiástico. Em sua concepção, o lema da Igreja era: Sede pobre de espírito, sede humilde de mente; renuncia razão, apaga a luz da inteligência que te inflama e te consome, pois quanto mais souberes, mais sofrerás. Renuncia teus sentidos, sede prisioneiro da Santa Fé. Viva em seu estado asnino!

4. JC. Afirmava que Jesus Cristo não era deus e não produziu milagre algum. Era um mago, como outros vários, e morreu por ser um homem maroto.

5. Magia. Sustentava a legitimidade da prática da magia.

Magos. Defendia que todos possuíam a magia natural e que pessoas como os profetas e apóstolos bíblicos eram magos também.

6. Pluralidade de mundos. Afirmava a existência de um universo infinito, com uma infinidade de planetas habitados e raças distintas da nossa.

7. Serialidade. Acreditava na serialidade das existencias e não no inferno.

8. Virgem. Pôs em dúvida a virgindade de Virgem Maria.

Fogueira. Devido a essas acusações, foi condenado a morte no dia 8 de fevereiro de 1.600 e foi para fogueira no dia 17 do mesmo mês.

PERFIL CONSCIENCIOMÉTRICO

Definição. Quando Bruno foi excomungado do protestantismo, um de seus juízes o definiu como 'um homem de grande capacidade, possuidor de um conhecimento infinito, porém sem o menor traço de religiosidade'.

Perfil. Alguns de seus biógrafos o chamaram de o 'cavaleiro errante da filosofia'.

Trafares. A partir do estudo de sua biografia, se estabeleceu a lista a seguir com seus 8 traços imaturos mais evidentes em sua personalidade:

  1. Agressividade;
  2. Dificuldade afetiva;
  3. Polêmico;
  4. Fanático;
  5. Impaciente;
  6. Mal humorado;
  7. Megalomaníaco;
  8. Vaidoso.

Trafores. Em contrapartida, eis abaixo os 8 traços mais positivos de sua manifestação:

  1. Autêntico;
  2. Corajoso;
  3. Entusiasmado;
  4. Grande capacidade intelectual e mnemônica;
  5. Pesquisador de vanguarda;
  6. Potencial bioenergético, força presencial;
  7. Taquipsíquico, associação de idéias;
  8. Universalista.

Megatrafor: Coragem. Em hipótese, a sua coragem foi o traço mais característico de sua existência. Foi capaz de encarar os contrafluxos resultantes de sua postura sem se acovardar perante eles, porém, não sabia se omitir superavitariamente. O que acabou o prejudicou em diversas situações.

Megatrafar: Afetividade imatura. Como hipótese, seu aspecto mais imaturo foi sua dificuldade em trocar afeto com as pessoas, seja para a composição de casal, ou apenas para fazer amigos ou ser sociável.

ATRIBUTOS HOLOSSOMÁTICOS

I) Somáticos.

Menoridade. Seu porão consciencial foi reprimido por sua vida como monje.

Sexualidade. Oscilou entre períodos de carência e de promiscuidade sexual. Não manteve relacionamentos duráveis. Em suas obras escreveu que sua amante era a sabedoria e no final de sua vida chegou a afirmar que “sua mulher era Veneza”.

Mocidade. Priorizou o estudo desde cedo e devido ao seu posicionamento contra o castramento intelectual por parte da Igreja, teve uma juventude conflituosa. Não o considero um inversor por suas posturas imaturas de ordem afetivo-sexual.

Escolaridade. Chamou atenção nas escolas pela sua invulgar capacidade de associação de idéias e de memorização. Foi um estudioso autodidata, reconhecido como intelectual e nomeado doutor em teologia pelo alcance de suas obras.

Convivialidade. Conscin de convivência difícil que teve poucas relações de amizade em sua existência. Em seu convívio social, as características predominantes foram a arrogância, o orgulho, a impulsividade e a agressividade.

Longevidade. Com os dados levantados sobre Bruno, não temos condições de levantar os seus atenuantes relacionados a sua dessoma, mas o meu ponto de vista é que o seu fanatismo o levou a adiantar sua dessoma. Suicida indireto.

II) Energossomáticos.

Sensibilidade. Sua percepção energética era pelo menos razoável. Em seus rabalhos de cura, costumava sanar mini-doenças através da imposição de suas mãos.

Projetabilidade. Em seu livro Cena de la Ceneri, ele se define como alguém que já passou por uma experiência do tipo reprimida pela religião, na qual a “alma torna-se divina e heróica, um transe no qual o espírito se separa do corpo”. Em trechos de sua obra podemos inclusive encontrar dados para afirmar que suas teorias sobre a infinidade do universo e diversidade de formas de vida está embasada em séries de exoprojeções.

Parapsiquismo. Em toda a sua obra ele fala do parapsiquismo e o relaciona com a magia natural. Dizia que todos podiam praticá-la e principalmente as crianças a praticavam. 'As crianças tem uma magia natural que com o tempo são obrigadas a destruir, quando começam a rezar e a pregar a Santíssima Trindade e os santos'.

Transe. Em seu livro Heroici Furori, Bruno fala sobre o transe parapsíquico que chama de transe entusiasta. Ele divide-o em casos distintos: um infame e o outro heróico.

i) Mediunismo. No método infame, o espírito entra em uma pessoa ignorante tornando-a inspirada. Ela própria não entende sua inspiração e o que se passa. Segundo Bruno, esse trabalho é tão digno quanto o dos asnos de carga.

ii) Animismo. No caso heróico, a pessoa hábil na arte da contemplação e possuidora de inato espírito intelectual, chega a falar e agir em interação com os espíritos mas não como vaso ou instrumento, e sim como alto artífice e perito.

Presença. Sua força presencial era grande e seus discursos eram carregados com alto nível de sedução holochacral.

Ressomática. Em suas teoria da infinidade do tempo-espaço ele falava que todas as almas são iguais e vivem eternamente passando de corpo em corpo. No final, todos serão salvos.

III) Psicossomáticos

Potencialidade. A coragem foi uma das bases de seu perfil e o permitiu ousar o que muitos não conseguiram, em uma época de repressão. Ausência de tanatofobia.

Serenidade. Não foi uma pessoa com grande controle psicológico de sua adrenalina. Em sua vida pública constantemente flutuava do entusiasmo a hostilidade.

Profundidade. Sua condição cultural pode ser classificada como moderna, porém nutria superstições astrológicas e relacionava-as com o destino. Tinha um senso de missão a ser cumprida que gerou nele certo grau de messianismo que o levou ao fanatismo e contribuiu ao seu suicídio indireto.

Influenciabilidade. Considerando a sociedade em que viveu e a qualidade de suas obras, o seu nível de autonomia consciencial foi elevado. Soube sustentar sua posição mesmo com o grande nível de contrafluxo que ela gerou.

IV) Mentaissomáticos

Invulgaridade. Bruno foi extremamente invulgar em seu contexto. Típico caso de conscin-renovadora-criadora-de-problemas que soube intrafisicalizar seus talentos.

Cientificidade. Mesmo considerado por muitos como um mártir da ciência, Bruno só utilizou-se do conhecimento científico de sua época quando lhe conveio para comprovar seu ponto de vista. Em certas ocasiões, chegou a negar o estudo dos cientistas e a afirmar que através da matemática não se conseguiria explicar a realidade intrafísica. A essência de seu trabalho foi anticientífica.

Intelectualidade. A base de sua genialidade estava em sua grande capacidade mnemônica e no seu poder de associação de idéias. Provavelmente era taquipsíquico.

Personalidade. Conscin livre e um tanto quanto agressiva em suas colocações em público. Em sua postura havia um predomínio de sentimento de superioridade.


HIPÓTESE HOLOBIOGRÁFICA

Ressoma. Existe a hipótese de que ele tenha ressomado, posteriormente, com a personalidade de Allan Kardec (1804-1869).

Bibliografia

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Infografia

  1. Wikipedia
  2. Site oficial

Filmografia

Giordano Bruno; Itália, 1973; Direção: Giuliano Montaldo; Elenco: Gian Maria Volonté, Mathieu Carrière, Charlotte Rampling; Duração: 123 min;