Teoria da panspermia

Origem: Conscienciopédia, a Enciclopédia Digital da Conscienciologia.
Revisão de 19h52min de 6 de março de 2008 por 189.6.171.103 (discussão)
(dif) ←Revisão anterior | Ver revisão atual (dif) | Revisão posterior→ (dif)
Ir para: navegação, pesquisa

A panspermia é a hipótese segundo a qual as sementes de vida são prevalentes em todo o Universo e que a vida na Terra começou quando uma dessas sementes aqui chegou, tendo-se propagado. Essa idéia tem origem nos pensamentos de Anaxágoras, mas a sua versão mais moderna foi proposta por Hermann von Helmholtz em 1879. A panspermia tanto poderá ser interestelar ou interplanetária. Não existe ainda nenhuma evidência forte quer para contestar essa teoria quer para a suportar.

Outra hipótese para a origem da vida foi a de "vida universal", com a origem em outro planeta. Eram citadas as hipóteses dos cosmozoários, ou do transporte de germes por meteoritos, e da panspermia cósmica ou dos esporos ou germes de vida deslocados pela pressão de radiação. Para muitos autores, ambas são a hipótese da panspermia cósmica. Hoje, essa hipótese parece inaceitável, pois as partículas vivas não suportariam a ação direta dos raios ultravioleta de curto comprimento de onda e alta temperatura, incompatíveis com a vida que conhecemos, embora haja muita matéria orgânica em meteoritos.

No passado se acreditava que a vida na Terra teria começado a partir de uma matéria não viva, esse processo tem o nome de abiogênese, Stanley Milller e Harold Urey químicos da década de 50, conseguiram criar aminoácidos e outras moléculas importantes para a vida a partir de compostos simples que existiam na terra primitiva. Porém alguns cientistas acreditavam na possibilidade de a vida ter vindo de outros planetas. Como: Lord Kelvin, Svantes Arrhenius e Francis Crick. Ao longo da última década os cientistas vem estudando a possibilidade de panspermia, seria um pouco difícil de acreditar embora muito intrigante. Como a suposta vida poderia sobreviver as condições que o espaço exerce? Como por exemplo aos raios ultravioleta, raios gama, o vácuo do espaço, as temperaturas muito altas, ao tempo de exposição ao Universo e tantos outros fatores prejudiciais. E como ela seria transportada? Pesquisadores encontraram meteoritos na Terra de origem marciana, esses meteoritos são expelidos todos os anos de Marte, alguns bem pequenos e outros muito grandes os menores fazem uma trajetória muito rápida, os maiores podem demorar milhões de anos para chegar aqui. Entre tanto poderia ter vindo num desses meteoritos algum micróbio resistente que agüentasse a pressão atmosférica, o tempo no espaço e toda trajetória até chegar na Terra, poderia ter vindo um organismo como a deinococcus radiodurans que é considerada o organismo mais resistente à radiação em todo o mundo, ela suporta até 1,5 milhões de doses absorvidas de radiação, estudos feitos em laboratórios comprovam que certas bactérias podem resistir a mudanças de aceleração a ejecção e a pressão que Marte exerce. São inúmeros os compostos orgânicos, ou seja, à base do elemento carbono, que já foram detectados em cometas, em certos meteoritos (os condríticos carbonáceos) e no espaço, como por exemplo, em nebulosas. Esses dados são de extrema importância devido ao fato de todas as formas de vida da Terra serem compostas de carbono, desde um simples vírus até o ser humano.

A formulação em bases cinetíficas da origem extraterrestre é antiga - em 1903, o químico sueco Svante Arrhenius (1859-1927) propôs a sua teoria da panspermia, que sustenta que a vida teria origem extraterrestre, onde esporos microbianos teriam sido trazidos à Terra a bordo de meteoritos e cometas, semeando a vida no planeta - note-se que essa teoria é anterior à descoberta de compostos orgânicos nos cometas; essa análise da origem da vida via extraterrestre é plausível e aceitável se levarmos em consideração a própria formação de água líquida, pois a mesma só pode ter se formado e tornado abundante depois que a crosta terrestre se resfriou e a atmosfera se formou; isso deixa, no máximo de 400 a 500 milhões de anos para o surgimento da vida.

Considera-se esse tempo extremamente curto, pois pela biologia clássica, a vida na Terra surgiu como produto de reações químicas pré-bióticas (Oparin, 1924 e Urey e Miller, 1953), então, a síntese da vida a partir da matéria abiótica foi mais rápida do que a evolução dos mais complexos seres vivos. Talvez até a água primordial dos oceanos tivesse sido trazida por cometas num passado remoto da Terra.

O espectroscópio, que através das cores analisa a luz emitida, está para um astrônomo ou exobiólogo como a lupa está para um detetive; no final da década de 60 foi descoberta a amônia (NH3) pela radioastronomia, e que as nuvens nos meios interestelares com hidrogênio (H), hélio (He), carbono (C), oxigênio (O), nitrogênio (N) e outros formam várias moléculas orgânicas complexas. Por exemplo, o HCOOH (ácido fórmico) e a H2CHN (metanimina) descobertos pela radioastronomia que, combinados, formam a glicina( NH2CH2COOH), aminoácido essencial para a vida que compõe as proteínas, foi detectado em uma nuvem interestelar na direção da constelação de Sagitário.

Análise de alguns meteoritos carbonáceos revelou a presença de aminoácidos, como por exemplo, o meteorito Murchison (J.C Ronin- Univ. Arizona) onde foram detectados 74 diferentes aminoácidos e dezenas de outros compostos orgânicos, revelando que há mais diversidade orgânica de aminoácidos em meteoritos do que na própria vida na Terra. Outro dado interessante é a detecção de HCN ( ácido cianídrico) e de H2O (água) na nebulosa de Órion (berçário de estrelas); em algumas nuvens interestelares foram identificadas moléculas mais complexas como C2H50H (álcool etílico). A espectroscopia ainda revelou radicais e moléculas orgânicas e água nos cometas, que seriam os "fecundadores” espaciais.